A amônia foi descoberta em 1774. Seu primeiro uso em escala industrial ocorreu no século XX. A substância foi adotada como elemento em sistemas de refrigeração, até o advento dos clorofluorcarbonetos (CFCs). Mas a partir da década de 1980, foram implantados movimentos para eliminar o uso de CFCs por conta de seus prejuízos à camada de ozônio. Desde então, houve uma retomada na utilização de amônia por ser uma alternativa econômica e sustentável. Mas trata-se de uma substância tóxica. A indústria deve se adequar a parâmetros de segurança antes de utilizá-la, visando evitar vazamentos de amônia e elaborar um plano de emergência em caso de ocorrência.
Riscos
A amônia é um químico que possui propriedades de reatividade e inflamabilidade. Para além de mecanismos de prevenção e combate a incêndios e redução dos riscos de reações, deve-se pensar na proteção individual do trabalhador. Afinal, a amônia apresenta toxicidade e põe em risco a saúde dos funcionários.
A inalação pode causar dificuldade respiratória e perda de reflexos, o contato direto com a pele ou os olhos provoca queimaduras severas, assim como a ingestão, porém acidentes deste último tipo são muito raros de ocorrer.
Dependendo de fatores como o prolongamento do contato ou a concentração da amônia, os riscos podem ser ainda mais graves, com consequências como cegueira, parada respiratória e morte.
A exposição repetida a amônia pode causar bronquite crônica.
Primeiros socorros
Em casos de inalação, a vítima deve ser encaminhada para fora do ambiente contaminado, em uma área bem ventilada, e receber oxigênio via máscara ou cateter nasal. Em caso de parada cardiorrespiratória, a vítima deve receber manobras de ressuscitação. Depois desses primeiros socorros, o procedimento é encaminhar rapidamente ao hospital mais próximo.
Nos casos de contato com os olhos, deve-se lavar com água corrente durante 15 minutos, abrindo bem as pálpebras. Logo após, a vítima deve ser encaminhada a um oftalmologista. Os primeiros segundos são cruciais para evitar cegueira.
Em casos de contato com a pele, a roupa contaminada deve ser removida e a parte atingida deve ser lavada com água corrente durante 15 minutos, assim como os olhos.
Já nos casos de ingestão, nunca deve ser inserido nada em pessoas em estado inconsciente ou sofrendo convulsão. Caso a pessoa esteja consciente, pode ingerir água ou leite aos poucos. Não se deve induzir a vômitos, e é importante ter cuidado com isso. A vítima deve ser encaminhada com urgência para o médico, que deve ser informado sobre as características do produto ingerido.
Plano de emergência em caso de vazamentos
Toda indústria que lida com amônia, deve estabelecer por escrito um plano de emergência em caso de vazamentos e realizar treinamento de emergência periódico com os funcionários. Os planos devem focar de imediato em dois fatores, o primeiro é evacuar e isolar a área, o segundo é reduzir ou neutralizar a concentração de amônia.
Em casos de vazamento de amônia em estado gasoso, precisa-se de uma potente fonte de ventilação com o objetivo de dispersão do gás. Antes de estancar o vazamento, devem ser lançados sprays de água no ar como forma de lavagem para reduzir a concentração de amônia.
Nos casos de vazamento de amônia em estado líquido, uma alternativa é a vaporização, porém se for uma quantidade muito grande, esse processo não é recomendado.
Equipamentos de proteção individual
Como norma de segurança do trabalho, todos os funcionários expostos ao risco devem estar devidamente equipados com os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), que nesse caso são óculos de segurança contra produtos químicos ou máscara de proteção facial, máscaras respiratórias, luvas de PVC e roupas de PVC. O espaço de trabalho deve contar com a instalação de chuveiros e lava-olhos para casos de emergência.
Conclusão
Vazamentos de amônia podem render consequências graves e letais. As indústrias que lidam com a substância devem se adequar às normas, oferecendo mecanismos de proteção e prevenção, e elaborando diretrizes para o caso de ocorrência de acidentes.